"As pessoas costumam acreditar que amam realmente alguém até surgir um obstáculo na relação. Quando o outro, por ação ou omissão, deixa de satisfazer seus desejos, muda seu padrão de comportamento, faz uma nova escolha, ou seja, começa a se afastar daquele modelo por elas idealizado, o sentimento de intensa frustração instala-se, levando-as a se fixarem no desejo de destruição daquele que julgam ser o grande culpado pela intensa dor emocional que atravessam.
Isto acontece porque se entra nessa relação imaginando que o outro indivíduo o completaria, satisfazendo seus desejos e idealizações. E acaba esquecendo, porém, que não se pode completar aquilo que só a vós compete: o preenchimento de seu vazio interno, então para entrar em uma relação deve estar bem e seguro de si mesmo.Pois a relação envolve sentimentos de compreensão, companheirismo, troca, o saber ceder ou esperar. E, o mais importante, de que as pessoas não são nossos ativos, mas sim nós é que pertencemos ao mundo, tendo liberdade de vivências e escolhas, sejam estas agradáveis ou não para nós ou para o outro.
Então digo que, relação é conhecimento, é crescimento e que este pode se dar de inúmeras formas. Muitas vezes, quando nos relacionamos com alguém, costumamos ativar dinâmicas psíquicas não bem resolvidas em ambos. Isto pode ser facilmente observado nas situações onde a perfeição do outro se torna condição sem o qual não pode ser. Nestes casos, quando nossas expectativas não são correspondidas, acabamos por gerar sentimentos de hostilidade que se transformam num jogo de culpas, cobranças cobranças e criticas com seus habitos - seja no ato de fumar, beber, ou até mesmo aquela soneca depois do almoço - e no aniquilamento das pessoas envolvidas.
Esquecemo-nos, porém, que enquanto nos "pré-ocupamos" em nos punir ou levar o outro à tortura ameaçando o de que vai ir embora e que vai abandona-lo, deixamos de viver novas experiências, de fazer novas escolhas, de aprender com o suposto erro, de nos respeitarmos enquanto seres merecedores de amor e compreensão e de encontrar o nosso verdadeiro caminho.
Cumpre-nos lembrar aqui também, que indivíduos que cultivam sentimentos de pocessividade, precisão aprender a controlar isto muito bem antes de querer iniciar um relacionamento. Isto porque o ciume não permite que possa se desenvolver o amor autêntico por confundir todas as relações com uma necessidade narcísica. Em outras palavras, estas pessoas não conseguem amar, mas sim precisam de um sentimento que são amadas, o que justifica que é diante da ameaça da perda que elas transformam sua paixão em desilusão, sentimento este que reflete a baixa auto-estima e insegurança que as assolam e por temer serem abandonadas, elas abandonam.
Lembre-se que o tempo é um grande sábio, mas não é capaz de curar feridas, apenas coloca aquilo que esta nos encomodando fora do centro de nossa antenção, ajudando, assim, a enxergarmos com
clareza a realidade que existia e não aquilo que havíamos criado frente as nossas carências internas.
E também descobre-se que, o ódio é o sentimento mais próximo do amor que existe, pois só somos capazes de odiar
a quem um dia muito amamos, sendo portanto bem tênue a linha que separa esses dois sentimentos tão conflitantes. Pois se a pessoa a quem amamos, a quem entregamos nossos melhores sentimentos comete uma traição grave, uma agressão...
enfim, algo que, mais do que ferir nosso físico, fira nossa dignidade, forçosamente estará matando o amor que um dia sentimos. E possivelmente, transformando o amor em ódio.
Assim torna-se percebe-se também que nunca se deixa de amar a quem já se amou. O amor quando se instala, cria raízes e permanece.
Mesmo quando passamos a odiar alguém devido alguma vilania cometida, não deixamos de amar... simplesmente transformamos o amor em ódio. Daí dizer-se com propriedade que os dois sentimentos andam lado a lado. Geralmente essa mudança é definitiva. Não seremos mais capazes de amar alguém que conseguiu matar o que sentíamos antes.
Pode-se até voltar a viver juntos... mas aquele amor ficou perdido em algum lugar do passado. O ódio surgido fez com que o amor se perdesse.
Por isso quando estamos com raiva, temos que sempre analisar bem os fatos, antes de tomar atitudes irremediáveis que são machucar ou magoar profundamente o outro. Pois raiva é passageira... como a paixão.
O contrario do ódio que é duradouro e forte, como o amor. E que o ódio criado dificilmente é esquecido e sempre será alimentado por um desejo de vingança!